Começar uma construção ou reforma é um momento de grande expectativa, mas também de muitas decisões. Uma das primeiras e mais importantes é a escolha dos tijolos. Pode não parecer, mas essa decisão afeta tudo: o orçamento, o tempo da obra, a durabilidade da estrutura e até o conforto térmico e acústico da sua casa.
Com tantas opções no mercado, é normal se sentir um pouco perdido. Mas não se preocupe. O objetivo deste guia é apresentar os principais tipos de tijolo e blocos, explicando de forma simples as características, vantagens e aplicações de cada um. Assim, você poderá conversar com mais segurança com seu arquiteto ou pedreiro e fazer a escolha certa para o seu projeto.
O que levar em conta antes de escolher os tipos de tijolo?
Talvez um dos itens mais básicos para uma obra, o tijolo precisa de atenção. Antes de sair comprando o milheiro mais barato, é fundamental entender que o melhor tijolo para construção é aquele que se encaixa perfeitamente nas necessidades da sua obra.
Para isso, analise quatro pontos principais:
- Função da parede: a parede vai sustentar o peso da laje e do telhado ou servirá apenas para dividir ambientes? No primeiro caso, você precisará de materiais para alvenaria estrutural, como blocos de concreto estruturais, que dispensam o uso de vigas e pilares. No segundo, para alvenaria de vedação, materiais mais leves como o tijolo baiano são suficientes.
- Conforto térmico e acústico: você quer uma casa mais fresca no verão e que abafe os ruídos da rua? Materiais como os tijolos cerâmicos e os blocos de concreto celular são ótimos para isolamento térmico, ajudando a economizar com ar-condicionado. Já para barrar o som, tijolos mais densos, como o tijolo maciço, são imbatíveis.
- Custo-benefício: não olhe apenas o preço do milheiro. Calcule o custo da parede pronta. Um tijolo mais barato pode exigir mais argamassa e quebrar com mais facilidade, aumentando o desperdício e o custo final. Blocos maiores, por exemplo, aceleram o trabalho do pedreiro, gerando economia na mão de obra.
- Estética: a parede ficará aparente? Se a ideia é criar um ambiente com estilo rústico ou industrial, escolher um tijolo com um bom acabamento, como o maciço ou o laminado, pode eliminar gastos com reboco e pintura.
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Conheça os 8 principais tipos de tijolo e bloco
Agora que você já sabe o que analisar, vamos conhecer as opções mais comuns no Brasil, com mais detalhes para não restar dúvidas.
1. Tijolo baiano
O tijolo baiano é o campeão de popularidade e o tipo de tijolo mais usado no país, principalmente pelo seu baixo custo.
Produzido a partir da queima de argila, seus furos na horizontal (ranhuras) o tornam leve e ajudam a criar câmaras de ar que proporcionam um bom isolamento térmico e acústico.
É a escolha ideal para paredes de vedação, ou seja, aquelas que apenas dividem os cômodos e não sustentam peso.
Seu grande ponto de atenção é a fragilidade: ele quebra com muita facilidade durante o transporte e o manuseio na obra. Por isso, é comum a recomendação de comprar até 30% a mais para cobrir as perdas.
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2. Bloco de concreto
A dúvida entre tijolo ou bloco de concreto é muito comum. O bloco de concreto é a escolha da robustez. Feito de uma mistura de cimento, areia e agregados, ele é extremamente resistente e durável, com um índice de quebra muito baixo.
Por ser maior e ter medidas mais precisas, ele acelera a obra e economiza argamassa no assentamento e no reboco.
Existe em duas versões principais: a de vedação, para fechamento de paredes, e a estrutural, que é mais resistente e permite construir paredes que sustentam a casa, dispensando vigas e pilares.
Em contrapartida, é mais pesado, o que exige mais esforço no manuseio, e seu isolamento térmico é inferior ao do tijolo cerâmico.
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3. Tijolo maciço
Também conhecido como “tijolinho à vista”, o tijolo maciço não tem furos, o que o torna denso, pesado e muito resistente.
É a opção perfeita para quem busca um acabamento rústico e charmoso, pois sua estética permite que ele fique aparente, economizando com revestimentos.
Além da beleza, sua massa elevada oferece excelente isolamento térmico e acústico, deixando os ambientes mais silenciosos e com temperatura agradável.
Seu custo por metro quadrado é mais elevado, pois, por ser pequeno, exige mais material, argamassa e tempo de mão de obra.
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4. Bloco de concreto celular autoclavado (CCA)
Este é um material de alta tecnologia. Produzido com cimento, cal, areia e um agente expansor, o bloco celular autoclavado (CCA) passa por um processo de cura em alta pressão que cria milhões de bolhas de ar em seu interior.
O resultado é um bloco extremamente leve, podendo ser até 60% mais leve que os convencionais.
Essa leveza facilita o trabalho na obra, acelera a construção e reduz o peso sobre a fundação. Além disso, oferece um isolamento termoacústico superior e alta resistência ao fogo.
É usado apenas para vedação e, por ser poroso, exige uma boa impermeabilização para evitar infiltrações.

5. Tijolo ecológico
Produzido a partir de uma mistura de solo e cimento, este tijolo não é queimado em fornos, mas sim curado com água. Esse processo elimina a emissão de gases poluentes e o torna uma opção sustentável.
Ele possui um sistema de encaixe “macho e fêmea” que acelera a montagem e reduz o uso de argamassa. Seus furos internos facilitam a passagem de canos e fios, evitando a quebradeira de paredes e a geração de entulho.
Embora seu preço por unidade seja maior, a economia com argamassa, mão de obra e acabamento pode reduzir o custo final da obra em até 40%.
6. Tijolo refratário
Este é um tijolo especialista, projetado com argilas especiais para suportar temperaturas altíssimas (acima de 1200°C) sem trincar ou quebrar. Sua aplicação é muito específica: revestir a parte interna de churrasqueiras, lareiras, fornos e fogões a lenha.
Ele funciona como uma barreira de proteção, garantindo a segurança e a durabilidade dessas estruturas que estão em contato direto com o fogo. Seu custo é mais elevado e ele deve ser assentado com uma argamassa também refratária.
7. Tijolo laminado
Com uma face lisa e acabamento sofisticado, o tijolo laminado é ideal para quem quer um visual de tijolinho aparente, mas com um toque mais moderno e uniforme que o maciço.
Geralmente com 21 furos, ele é muito usado em fachadas, muros e áreas gourmet, onde a estética é o ponto principal. Por ter um custo mais alto que o tijolo comum, não é uma escolha econômica para paredes que serão rebocadas.
8. Tijolo de vidro
Com função puramente decorativa, o tijolo de vidro é perfeito para criar divisórias e detalhes que permitem a passagem de luz natural, iluminando os ambientes sem tirar a privacidade.
É uma escolha moderna para banheiros, cozinhas e corredores, trazendo leveza e sofisticação ao projeto.
Apesar de bonito e fácil de limpar, seu custo é elevado, o isolamento térmico é baixo e ele não permite a ventilação do ambiente.
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Dica da Cassol: O segredo para uma parede sempre seca está na impermeabilização
Muitas pessoas se preocupam com o tipo de tijolo, com a argamassa, com o acabamento… e com razão! Mas existe um segredo que todo bom profissional de obra guarda e que pode evitar uma das maiores dores de cabeça no futuro: a umidade que sobe do chão.
Sabe aquela mancha escura no rodapé, a tinta que descasca ou o cheiro de mofo que aparece do nada? Muitas vezes, a culpa é da umidade que sobe do alicerce para a parede por um processo chamado capilaridade.
A dica é: não importa o tipo de tijolo que você escolher, invista na impermeabilização das três primeiras fileiras (fiadas) da parede. É um passo simples e de baixo custo durante a construção, usando um impermeabilizante adequado na argamassa de assentamento dessas primeiras fileiras.
Esse cuidado cria uma barreira que impede a água de subir, garantindo paredes secas, saudáveis e bonitas por muito mais tempo. O valor investido nesta etapa preventiva tem um excelente custo-benefício e, mesmo que pareça um gasto a mais no orçamento, vale cada centavo para evitar um problema enorme e muito mais caro de resolver no futuro.
Afinal, qual a melhor opção para a sua obra?
Como vimos, não existe uma resposta única. A escolha do material ideal depende de um equilíbrio entre função, orçamento, desempenho e estética.
O tijolo baiano pode ser a escolha certa para quem busca o menor custo inicial em paredes de vedação. Já o bloco de concreto se destaca em obras que pedem mais agilidade e resistência.
Se a prioridade é o charme do acabamento aparente e um conforto superior, o tijolo maciço é uma forte aposta. Para quem busca inovação, sustentabilidade e economia a longo prazo, o tijolo ecológico e o bloco de CCA são excelentes alternativas.
O mais importante é se informar. Conhecer os diferentes tipos de tijolo te dá o poder de tomar a melhor decisão para que sua casa seja do jeito que você sempre sonhou: segura, confortável e com a sua cara.
Gostou de saber mais sobre os tipos de tijolo? Confira o Blog da Cassol para mais dicas e inspirações para a sua obra!
FAQ (perguntas frequentes) sobre tipos de tijolo
Ainda na dúvida sobre qual a melhor opção para sua obra? Confira as respostas para as perguntas mais comuns e faça a escolha certa.
1. Qual a principal diferença entre o tijolo baiano e o bloco de concreto?
A principal diferença está no equilíbrio entre custo e resistência. O tijolo baiano é a opção mais barata e oferece bom isolamento térmico, mas é muito frágil, o que gera um alto índice de quebra e desperdício na obra. Já o bloco de concreto é mais robusto e resistente, acelera a construção e economiza argamassa, mas seu isolamento térmico é inferior.
2. Se eu quiser uma parede de tijolinho aparente, qual tipo devo usar?
Para um acabamento de tijolinho à vista, existem duas opções principais. O tijolo maciço é a escolha ideal para um visual mais rústico e charmoso, além de oferecer excelente isolamento termoacústico. Se você busca um acabamento mais moderno, uniforme e com uma face lisa, o tijolo laminado é a opção mais indicada.
3. Para ter mais conforto térmico e acústico, qual é o melhor tijolo?
O desempenho varia conforme o material. Para um excelente isolamento acústico, o tijolo maciço é imbatível por ser denso e não ter furos. Para o isolamento térmico, os tijolos cerâmicos (como o baiano, com seus furos) e o bloco de concreto celular (CCA), que é leve e cheio de bolhas de ar, são as melhores opções.
4. O tijolo mais barato, como o baiano, é sempre a opção mais econômica no final?
Não necessariamente. O custo final da parede deve ser considerado. O tijolo baiano, apesar de ter o menor preço por unidade, tem um alto índice de quebra (podendo exigir a compra de até 30% a mais) e pode consumir mais argamassa e tempo de mão de obra.
Blocos maiores, embora mais caros, podem gerar economia por acelerarem o trabalho e reduzirem o desperdício.